domingo, 27 de junho de 2010

O figurino do filme - A Jovem Rainha Vitória


“A Jovem Rainha Vitória” é um filme parecido demais com “A Duquesa”, que venceu o Oscar de figurino um ano antes. Aquele filme estrelado por Keira Knightley se passava ao final do século 18, em meio à ameaça burguesa causada pela Revolução Francesa e pela Independência dos Estados Unidos, poucos séculos antes de a Rainha Vitória nascer. Mas enquanto a Duquesa de Devonshire obteve rápida popularidade por conta de uma visão moderna e personalidade menos conformista, o mesmo atributo é considerado um defeito no início do reinado da Rainha Vitória.


Uma pena o roteiro de Julian Fellowes (vencedor do Oscar por “Assassinato em Gosford Park”) pecar pela indefinição. Enquanto a primeira metade se concentra nos preparativos para a coroação de Vitória, deixando de lado a briga entre as cortes inglesa e belga, a segunda metade (na qual ela já é Rainha) é quase um desastre.


O romance com o Príncipe Albert (vivido por Rupert Friend, cujo personagem surge como pretendente dedicado, estudando todos os gostos de Vitória enquanto essa ainda é Princesa) some e surge na história por diversas vezes – interessante que, ao final, o longa parece ter sido construído para ser um romance.


A trama política parece que vai ganhar força em alguns momentos, mas acaba soterrada pelo roteiro confuso. O início impopular do reinado é tratado de maneira rasa, com cenas muito curtas, lembrando um telefilme editado (daqueles que saem em duas partes e depois viram uma versão condensada de uma hora e meia de duração).


Emily Blunt, que foi até indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz pelo filme, decepciona como protagonista, apesar de sua interpretação ganhar muito força ao final (isto é, nos últimos 20 minutos). A história da Rainha que confundia teimosia com força é muito mais sedutora que a da humilde Duquesa de Devonshire. Mas curiosamente a adaptação de sua vida resulta num filme inferior, em que os méritos estão mesmo na recriação de época e no trabalho premiado da figurinista Sandy Powell – três vezes vencedora do Oscar por filmes de época (os outros foram “Shakespeare Apaixonado” e “O Aviador”).


De visual suntuoso, produção caprichada, com muito requinte e pouca dinâmica, “A Joem Rainha Vitória”, que estreiou este final de semana no Brasil, mostra princesas, reinados e corte, mas entedia em vez de encantar.


OBS: Só vou poder dar minha opinião sobre o filme depois de vê-lo (não vejo a hora!), mas quanto ao figurino, nenhum filme de época tem deixado a desejar, pelo menos os que vi até hj.



Fonte:

http://pipocamoderna.virgula.uol.com.br/?p=20038

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